Semana Mundial do Meio Ambiente e Boi Bumbá

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Estamos na Semana Mundial do Meio Ambiente. Esse tema merece muita atenção porque envolve a vida humana. Neste primeiro capítulo, tratarei da questão ambiental no varejo, após, falarei no atacado.

Parintins. Foto: Yuri Pinheiro

Vejo com muita preocupação o tema da coleta de lixo municipal, pois o lixo doméstico da cidade é coletado e levado para um lixão a céu aberto, multiplicando os vetores de transmissão de doenças , contaminando os lençóis freáticos e causando poluição. Ou seja, o lixo é apenas transportado de um lugar para outro, sem ter destinação adequada pelas regras sanitárias. Diga-se mais, que entra Prefeito e sai Prefeito e o problema do lixão continua. Aliás, essa temática é vista com pouco interesse pelo Poder Público, que faz vista grossa para o assunto, no máximo, quando abordado faz promessas e mais promessas sempre esquecidas.

O assunto se torna mais sério e preocupante quando se trata do lixo hospitalar. O destino deste resíduos infecciosos é descartado de forma inadequada. Assim sendo, devemos levar esse debate a todos os setores da sociedade, vez que é de interesse social a questão de haver na cidade o aterro sanitário. Como disse, o que existe em Parintins é um “Lixão” contaminador da natureza. Nesse contexto, devemos apoiar e incentivar o Ministério Público local, visando por um fim no descaso Municipal com o meio ambiente.

Pois bem, no varejo tem sido importantíssimas as atitudes do Rally Ambiental, a começar pelo bom exemplo da coleta de lixo pelos lagos e igarapés, plantio de árvores, saneamento de logradouros públicos, campanhas educativas, limpeza dos mananciais aquíferos além de tantas outras ações sanitárias, com o fito de promover uma vida saudável aos habitantes da cidade. Quem não cuida do meio ambiente também não cuida de sua própria saúde, pois uma depende da outra como a vida depende do ar para respirar.

Entretanto, falar de Parintins é sinônimo de falar do Boi Bumbá, estamos no mês de junho onde aqui é celebrado o maior teatro popular a céu aberto. Porém, face a esta terrível pandemia global, ficaremos sem o festival de Parintins conhecido no Mundo inteiro, mas não passará em branco por todos que fazem esta festa. De minha parte, como simples compositor, entendo que a toada deve transmitir conhecimentos, especialmente para as crianças e adolescentes, sobre história, geografia, língua portuguesa, e, principalmente educação ambiental, que a meu ver como Professor de História deveria ser matéria obrigatória da grade curricular do ensino fundamental e médio. Somente a educação transforma a sociedade para o desenvolvimento do bem estar social. Ponham livros nas mãos das crianças e abominem as armas que matam.

Muito bem amigos Rallyzeiros, falando em toada, conhecimento e educação ambiental, vos convido a ouvirem a toada de minha autoria intitulada “Oração das Águas”, que consta no Cd Garantido 2015.

Portanto, essa é a minha singela contribuição para a Semana Mundial do Ambiente. Parabéns a todos os amigos e amigas do Rally Ambiental de Parintins.

Oração das Águas.

David Jeronimo.

Professor de Filosofia e História, Promotor de Justiça aposentado e Advogado.

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A Idade Média

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Dos banquetes luxuosos à miséria fora dos castelos. O cotidiano na Europa dominada pelo Cristianismo na “Era das Trevas”.

Por mil anos, a Europa dividida em feudos, foi controlada pela Igreja e por nobres. Enquanto os camponeses que formavam 90% da população eram analfabetos e trabalhavam 16 horas diárias numa rotina de submissão.

O dia de trabalho de um típico camponês na França, começa às 5h da manhã. O pai e seus dois filhos de 12 e 14 anos vão ao trabalho – colheita de trigo – A mãe e os mais novos de seis e oito anos estão na lida na horta e com os pequenos animais, galinhas, ovelhas, porcos.

Eles dormem juntos, sobre um amontoado de palha, iluminados por velas de sebo e aquecido por uma pequena fogueira no centro do cômodo.

TEMER O DIABO

O dia seguinte – sábado – é o único dia da semana em que a rotina árdua muda um pouco. A família segue o comando dos sinos e vão à missa. Rezam por suas almas e são orientados mais a temer o diabo do que adorar a Deus.

E assim, foi à vida durante dez séculos de 90% dos habitantes do Velho Continente. Visto por eles, a Idade Média foi uma época de contrastes sociais profundos, violência, doenças (a metade das crianças não chegava aos dois anos de idade). Tímido avanço tecnológico, à mercê das intempéries da natureza.

Nesse era longa, de rezas, pão e fuligem, as pessoas mais humildes morriam mais cedo, a média de vida era de 35 anos, os camponeses viviam sob a tutela dos senhores feudais e dos padres.

Já a nobreza construía castelos, cobrava impostos pesados e se alimentava muito bem. Um vestido de uma dama na nobreza equivalia a 280 dias de trabalho de um pobre camponês.

OS MOSTEIROS

Os mosteiros se espalham pela Europa como o grande e único centro do saber.  Em tempos sem imprensa, as bibliotecas dos mosteiros são um instrumento de controle.

As abadias funcionam como abrigo para os desvalidos e para os doentes. A saúde era precária e o saneamento não existia. A ciência médica é rejeitada, e as péssimas condições de higiene fazem aparecer as “pragas” das pestes na Europa.

Os religiosos ditavam as regras de comportamento social. Casamento, procriação, educação e obediência deveriam seguir as regras da Igreja.

Ninguém tinha direito de contestar o padre, nem mesmo em assuntos domésticos, e, principalmente em assuntos sexuais. Porém, nada disso, impedia os religiosos de fazer o que bem queriam. Muitos padres tinham mulheres. Pois o celibato, que proibe padre de casar, só se tornou obrigatório a partir do século 12, e mesmo assim, demorou décadas para ser plenamente aceito.

A EDUCAÇÃO MEDIEVAL

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Foi na idade média que os jovens passaram a frequentar as salas de aula para aprender a ler e escrever. As Universidades independentes foram criadas como uma forma de libertar dos poderes das autoridades urbanas.

Paris, Bolonha e Oxford eram umas atrações para os estudantes de todas as partes da Europa. Foram as primeiras Universidades particulares.  O crescimento do saber pode ser explicado pela expansão comercial nas grandes cidades a partir do século XII. Escrever os pedidos dos clientes, controlar as economias, pagar os impostos e registrar as dívidas, principalmente no final da Idade Média, era uma tarefa difícil, para aqueles que não tinham experiência no ramo.

Nas áreas rurais o acesso à escola era escasso. Para os camponeses com melhor condição, o sonho deles era ver seu filho se tornar padre.

Existia uma grande quantidade de escolas, mas elas tinham vida curta. Os professores, em sua maioria, estudantes itinerantes, ainda de formação incompleta, abriam e fechavam escolas de acordo com a necessidade de dinheiro. Às vezes, tanto na cidade quanto no campo, eles se contentavam com um contrato relativo às crianças de uma mesma família. As famílias ricas e de nobreza, contrata o mesmo professor por vários anos.

Além das escolas particulares de vida efêmera, os grandes mosteiros ofereciam dois tipos de escolas. Uma aberta para o público em geral, para as crianças que não seguiriam a vida religiosa. A outra exclusiva para os noviços a ser padre.

RICOS ESTUDAM – POBRES TRABALHAM

O ensino primário terminava mais ou menos aos 10 anos de idade. Trocava-se então a escola pelo colégio. Havia poucos alunos em sala de aula, no máximo 12. Isto porque, a maioria delas estava trabalhando no campo com seus pais. Só os ricos podiam deixar os filhos nas escolas por muito tempo.

A educação compreendia ler e escrever, as orações católicas que todo aluno deveria saber de cor antes de completar 12 anos. Além do alfabeto, e das três orações, havia o catecismo.

AS UNIVERSIDADES

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Entre o início do século XIII e o fim do XV, aproximadamente 60 universidades abriram suas portas na Europa.

Esse movimento, que surgiu no século XIII, com as Universidades de Paris e Bolonha, tem suas raízes no Renascimento do século XII. Em Bolonha, na Itália, a Universidade contou muito com o apoio dos papas. Entretanto, o processo evolutivo foi afirmando a independência em relação às autoridades civil e eclesiástica, passando a massa universitária a ter um papel maior na própria universidade livre.

O nascimento da Universidade de Paris aparece também como resultado de um processo lento, tendo suas raízes no fim do século XIII, com o apoio do Rei Filipe Augusto (1180-1223) e da Igreja Católica.

O DIREITO DE GREVE

A população universitária adquire com o tempo forte posição social e política. Entre os numerosos meios e pressão que utilizava para ser reconhecida, a greve era um recurso habitual. A suspensão dos cursos e ás vezes até a transferência de uma cidade em favor de outra eram feitos para conseguir suas reivindicações.

Essas conquistas de direitos ampliaram ainda mais a influência da universidade na sociedade, se expandindo por toda Europa, tornando-se assim meio de prestígio para os reis e os poderes locais, face os universitários participarem em massa dos cursos dos Reis e dos Papas.

A POLÍTICA

As cidades conquistam autonomia. O ritmo e a escala do desenvolvimento das cidades variavam muito de região para região, de cidade para cidade. Algumas comunas da região de Flandres (norte da Bélgica) ou da Itália se tornaram rapidamente grandes potências políticas.

As cartas de franquia – documento concedido pelos reis – reconhecendo o papel dos cidadãos na sociedade e outorgando a isenção de impostos, que começaram a ser emitidas no final do século X, eram tidas como concessões espontâneas, fruto da liberalidade senhorial.

As cartas de franquia aboliam ou suavizavam os estatutos servis, limitavam tributos e taxas, fixavam regras econômicas e da atividade judiciárias, que resguardavam a comunidade da arbitrariedade dos senhores feudais.

O DIREITO

Algumas concediam às elites o direito de julgar por si mesmas seus próprios conflitos, usando um tribunal formado por escabinos (magistrados) e presidido por um prefeito – chamado de preboste -formando o embrião dos foros da municipalidades. A mais famosa carta de franquia foi emitida pelo Rei Luís VI da França, em 1155, à cidade de Lorris, concedendo aos cidadãos que tivessem boa conduta, o direito de permanecer e viver naquela cidade ou consulado como era de costume da época.

O Prefeito ou preboste e os magistrados eram eleitos pelos cidadãos. Entretanto, antes da metade do século XIV, em quase todas as cidades, a eleição e reeleição era feita pelo sistema de indicação pelas famílias mais influentes da cidade, perpetuando assim seu poder.

Comunas e consulados garantiam também a defesa da cidade. Todos os burgueses (elite dominante), e até os cidadãos com idade para portar armas, serviam ao exército, sob as ordens dos magistrados municipais. Se algum cidadão comum não prestasse o serviço militar- no século XIII- essa obrigação era dispensada mediante uma contribuição financeira, ficava somente na guarda das muralhas e nas ruas da cidade.

ECONOMIA

Na era medieval as contas públicas já tinham as crises com as dívidas. Para acabar com o rombo nos cofres, foram criadas as taxas permanentes, impostos no geral e a figura do contribuinte.

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No reinado de Filipe, o Belo, Rei da França entre 1285 e 1314, ocorreu um aumento  astronômico dos gastos, principalmente militares, dando origem a novas tributações e o aumento de número de contribuintes. Aos poucos, foram criando taxas gerais sobre as vendas e a circulação de mercadorias. O embrião do ICMS.

Os nobres não exerciam comércio e serviam ao rei em suas guerras, por isso escapavam dos impostos. Pagava-se uma taxa por cada casa. As pessoas ligadas a Igreja, assim como os universitários, os estudantes e os professores eram isentos.

HAJA IMPOSTO

Na Europa do final do século XV, embora todos os Estados enfrentassem em diversos graus a revolução do imposto, a cobrança e a facilidade com era arrecadado atingiu seu grande fim e até o dia de hoje é assim. Portanto, ficou definida a cultura fiscal, onde tudo pertencia ao Rei.

OS BANCOS

Entre os séculos XI e XV, começa os primórdios dos bancos atuais. Depósitos, empréstimos, seguros, contabilidade, letras de câmbio, foram às ferramentas essenciais nos primórdios das finanças modernas.

A expansão comercial na Europa trouxe consigo uma nova atividade que ficaria para sempre. Bancos e banqueiros e os fenômenos ligados ao setor, como falências, especulação e quebras, originando as cíclicas crises do sistema capitalista.

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Nero Claudio César

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Filho de Domício Enobarbo com Agripina, filha de Germânico, pai de Calígula. Nero nasceu em Âncio, nove meses após a morte de Tibério. Entre muitas coisas horripilantes ao seu nascimento, uma frase de próprio pai, selaria o próprio destino de Nero: “Dele e de Agripina nada podia nascer que não fosse detestável e funesto ao bem público”.

Sinal evidente do seu destino calamitosos apareceu no dia da sua purificação – espécie de batismo – Agripina pressionava Caio Calígula para que escolhesse o nome do bebê. Ele então voltou os olhos para Claudio, seu tio, dizendo que ia dar ao pequeno o seu nome. Agripina não aceitou, porque Claudio era então joquete da corte, pois não lhe levavam a sério.

A própria Agripina pôs o nome de Nero. Aos três anos morreu o seu pai, Domício. Herdeiro da terça parte da herança não a recebeu, pois Calígula, seu primo e co-herdeiro, confiscou todos os bens.

Nesse meio tempo, Agripina foi banida da corte, vendo-se sem recursos, procurou a casa de sua tia Lépida, onde teve por professores de Nero um dançarino e um barbeiro.

Com a morte de Calígula, subiu ao trono romano seu tio, Claudio. Com isso, ela recuperou todos os bens deixados por seu pai Germânic, como também enriqueceu com a herança do seu padrinho Crispo Passieno.

Ainda em terna idade, antes mesmo de sair da infância, era um dos atores mais assíduos dos jogos troianos do circo. Aos 12 anos foi adotado por Claudio e confiado ao Senador Sêneca à sua educação.

Logo cedo, Nero mostrou-se falso e dissimulado em seu caráter. Pois, prestou testemunho na sua presença contra sua tia Lépida, que o acolheu na infância, para agradar sua mãe, que a perseguia nos tribunais.

Estreou nas funções públicas como prefeito de Roma, posto pelas mãos de Claudio. Pouco depois, casou-se com Otávia. Tinha 17 anos quando a morte de Claudio foi anunciada oficialmente. Dai como herdeiro ao trono apresentou-se a frente dos guardas e foi saudado como Imperador diante das escadarias do Palácio.

Concedeu a Claudio magníficos funerais. Rendeu homenagem à memória de seu pai Domício, e entregou à sua mãe Agripina a administração soberana de todos os negócios públicos e privados. Dai, passou a andar com ela em público, em sua liteira.

Na ânsia de dar uma ideia nítida de que seria um bom governante, declarou que: “reinaria de acordo com os princípios de Augusto”. Era amável e demonstrava clemência em tudo. Aboliu impostos pesados. Reduziu os prêmios dados aos delatores. Distribuía dinheiro aos pobres, dentre outras bondades.

Ofereceu espetáculos de todos os gêneros. Assistia às lutas do alto de seu proscênio. Nos combates de gladiadores não mandou matar ninguém, nem mesmo entre os criminosos.

Após algum tempo, não sentava mais no proscênio. Como, porém, resolveu depois ficar deitado apreciando os jogos por pequenas aberturas. Às vezes assistia nos pódios inteiramente abertos. Na consagração de seus termas e do seu ginásio, deu lugares de honra aos senadores e cavaleiros.

Fez um grande espetáculo em Roma, a entrada de Tiridate rei da Armênia, que veio render subjugação ao Império Romano. Primeiramente, Tiridate subiu os degraus da escada do trono e ajoelhou-se. Nero, tomando-o pela mão, ergueu-o e lhe cobriu de beijos.

Nas suas funções judiciárias, quase não respondia aos litigantes, senão no dia seguinte e por escrito. Durante as audiências, ao ouvir as partes, não obedecia ao agendamento, mas à ordem de chegadas. Todos os recursos de todos os julgamentos ficaram a cargo do Senado.

Entretanto, o que ele dava maior valor era a música, dança e artes em geral. Pouco a pouco, ele começou a praticar e exercitar o lado artístico, sem omitir nenhuma das precauções habituais dos artistas. Para a conservação da voz e aumento de seu volume, deitava-se de costas, resguardando o peito com uma folha de chumbo.

Tomara clisteres e vomitórios. Abstinha-se de frutas e comidas pesadas, apesar da voz fraca e roufenha. Estreou em Nápoles, e, encantado com jovens artistas de Alexandria que o louvavam, mandou trazer mais habitantes daquela cidade egípcia.

Enquanto cantava, meninos notáveis pela cabeleira abundante e o singular modo de vestir, prestavam serviço. Cantava, também, usando máscara dos deuses e dos heróis e a da mulher por ele amada no momento.

Conta-se que quando ia dar espetáculos, mulheres grávidas chegaram a dar luz no local e que muitos homens, cansados de ouvir e de aplaudir, encontrando as portas fechadas, pulavam escondidos do alto dos muros do palácio, ou fingiam-se de mortos para serem carregados para fora.

Certa vez entrou em Roma, na carruagem que outrora pertencia aos triunfos de Augusto, vestido em um manto púrpura, com uma clâmide respingada de estrelas de ouro, à testa a coroa olímpica e a pítica na mão direita. Testemunhava sua amizade e declarava seu ódio ás pessoas de acordo com a quantidade dos louvores que recebia.

A petulância, a libertinagem, o luxo, a avareza e a crueldade, foram os vícios a que se entregou do corpo e alma desde sua juventude.

Ao anoitecer, gostava de sair com um gorro ou um barrete na cabeça, percorrendo as tavernas dos bêbados, se passando por um simples vagabundo. Chegava às vezes a arrombar as portas de pequenas bodegas para roubá-las para satisfazer sua índole abjeta.

Porém, com o crescer dos vícios, abandonou as brincadeiras e os mistérios de mau gosto e, sem preocupação de esconder, começou a fazer os mais incríveis excessos. No Circo Máximo era servido nas refeições pelas prostitutas e tocadoras de flauta. Isso sem falar das relações sexuais com homens livres e das suas libidinagens com mulheres casadas.

Esforçou-se para transformar o jovem Esporo em mulher, arrancando-lhe os testículos. Carregou-o em régia-pompa, observando todos os ritos esponsalícios e o tratou como sua verdadeira mulher. Ou seja, castrou Esporo e se “casou” com ele.

Paramentou Esporo com os adornos das imperatrizes, conduzindo-o em sua liteira pelas ruas, cobrindo-o de beijos.

Ninguém duvidava que Nero desejasse coabitar com a sua própria mãe Agripina. Toda vez que andava de liteira com sua mãe satisfazia seus apetites incestuosos e provava esse fato com as manchas apresentados em suas vestes.

Prostituiu seu corpo a tal ponto que, maculados quase todos os membros, e como espécie de divertimento, cobria-se com uma pele de fera e ficava numa jaula, de onde se lançava, ao sair, às virilhas de homens e mulheres atados a um poste.

Depois de saciada a sua raiva, abandonava-se nos braços do criado Dorífero, que chegou a ser sua mulher. Como Esporo o fora também imitando com gritos e gemidos as virgens violentadas.

Considerava sórdidos e avarentos os que faziam contas das suas despesas. O que ele louvava e admirava no seu tio Caio Calígula, e que considerava como a sua mais alta glória, era justamente ter dissipado em pouco tempo as formidáveis riquezas deixadas por Tibério. Jamais usou duas vezes a mesma roupa. Gastava fortunas em construções luxuosas.

Com ciúmes de seu tio Britânico, cuja voz era mais agradável do que a sua e temendo de que um dia a lembrança do pai – Claúdio – o fizesse querido e preferido do povo, resolveu envenená-lo. O veneno foi preparado por Locusta, célebre envenenadora. Na primeira tentativa Locusta fez apenas um fraco veneno que provocou apenas cólicas em Britânico.

Nero ficou furioso e surrou Locusta com suas próprias mãos. Forçando-a preparar outro veneno dentro do seu próprio quarto. Deste modo, com ordens de Nero, levaram o veneno e o serviram a Britânico, que jantava com o próprio Nero. Morreu na hora. Locusta recebeu como pagamento vastas terras e muitos escravos.

Agripina, sua mãe o espreitava e criticava seus atos. Em várias ocasiões, ela o repreendeu publicamente. Para se vingar disso, Nero retirou-lhe a guarda de soldados e a expulsou de Roma. Foram três tentativas de envenenamento na intenção de matá-la. Só que Agripina tomava antídotos.

No quarto mandou construir um teto falso, que iria cair em cima de Agripina quando estivesse dormindo. Não deu certo, pois o plano fora revelado pelos confidentes de Agripina.

Tentou matá-la numa viagem de navio preparado para afundar. No momento da despedida, Nero cobriu-lhe de beijos até a ponta dos seios. Não deu certo, o navio afundou, mas, Agripina se salvou o nado. Por fim, tramou o assassinato da mãe, morta por mercenários a seu serviço.

Confessou muitas vezes que o espectro da sua mãe o perseguia com os chicotes e as tochas de fogo das Fúrias.

Afora Otávia, teve duas outras esposas. Popéia Sabina e Estatília Messalina, esta última era casada com Ático Vestino, cônsul no exercício de seu cargo. Logo depois de tentar várias vezes estrangulá-la, alegou que ela era estéril. O povo não aprovava o divórcio e não lhe poupava críticas. Finalmente mandou assassiná-la sob a acusação de adultério.

Como essa calúnia era vil e infame, todos sustentaram a inocência de Otávia. Diante disso, mediante suborno, obrigou seu pedagogo Aniceto a confessar no tribunal ter abusado dela por meio de artifícios. Popéia, com quem casou-se doze dias após o divórcio de Otávia, matou-a também com um pontapé quando estava grávida.

Sob pretexto de conluios conspiradores, assassinou Antônia, filha do falecido Claudio, que recusara casar-se com ele. Não houve nenhum parentesco que ele não tivesse matado. Entre estes estava o jovem Aulo Pláucio, a quem ele violentou antes de enviá-lo a morte dizendo: “Minha mãe, agora queira meu sucessor” querendo dizer com isso, que Aulo Pláucio tivesse sido amante de Agripina.

Matou Rúfio Crispino, filho de Popéia e seu enteado, só porque brincava de governar e comandar, afogado no mar por escravos a mando de Nero. Matou Exílio Tusco, filho de sua ama de leite. Obrigou Sêneca, seu mestre e preceptor a suicidar-se. Para o prefeito de Roma, chamado de Burro, em vez de mandá-lo remédio para a garganta, enviou-lhe veneno, matando-o. Matou Cássio Longino, por ter conservado numa velha árvore genealógica da sua família, as imagens de Caio Cássio, um dos Senadores assassinos de Júlio César.

Não perdoou nem ao povo nem as muralhas de Roma. Daí, simulando descontentamento com a feiura dos antigos edifícios, com a estreia e a tortuosidade das ruas, incendiou Roma, de forma tão acintosa, que o flagelo exerceu seu furor durante seis dias e sete noites.

Enquanto a cidade incendiava, ele contemplava do alto da torre de Mecenas, extasiado com a beleza do fogo. E cantou vestido com trajes de teatro, A ruína de Tróia.

Agiu rápido, para enganar, prometendo retirar gratuitamente os cadáveres e remover os escombros. Este incêndio despertou a ira do povo, aliada as fragorosas derrotas dos exércitos romanos na Bretanha. Derrota vergonhosa no Oriente. A paciência acabou no Senado, que depois de ter suportado durante quase 14 anos, Nero foi abandonado.

Além disso, vivia aterrorizado com os presságios sinistros. Sonhou com a morte de Agripina. Com Otávia, sua mulher, que o arrastava por entre trevas. Ora via-se coberto por uma nuvem de formigas aladas. Um cavalo das Astúrias, que ele gostava muito, apareceu-lhe com corpo de macaco. Do Mausoléu de Augusto, cujos portos se abriram sozinhos, ouviu sair uma voz que o chamava pelo nome. Enquanto essa loucura não parava, chegava-lhe as notícias de deserção e de derrotas das legiões romanas.

Em meio ao inferno, chamou Locusta pra preparar-lhe veneno, depositou-o numa caixa de ouro e saiu em passeio pelos jardins. Chegou aos tribunos e centuriões que o acompanhassem numa frota em fuga. Muitos hesitaram e outros se negaram.

Chegou a pensar em renunciar, mas teve medo de ser linchado antes de chegar ao Fórum. Deixou a decisão para o dia seguinte. Ao acordar, por volta da meia-noite, percebeu que a sua guarda militar o havia abandonado. Saltou da cama e mandou procurar os amigos. Não havia mais nenhum para lhe apoiar. Foi pessoalmente bater nas portas dos amigos, nenhuma se abriu.

Voltou para o seu quarto de onde os guardas haviam saído, levando até as cobertas e sua caixa de veneno. Rapidamente mandou que alguém procurasse o gladiador Espículo ou outro qualquer matador. Não encontrou nenhum. Tentou correr para se precipitar no Rio Tibre, mas não teve coragem. Resolveu fugir montado a cavalo, pés descalços, metido num manto desbotado, a cabeça coberta, um lenço cobrindo-lhe o rosto e acompanhado de quatro pessoas somente, entre os quais se achava Esporo. Na fuga, seu cavalo espantou-se em virtude de um cadáver na estrada, fazendo com que seu rosto se descobrisse, sendo assim reconhecido por um viajante.

Chegou a uma vereda, deixou o cavalo e saiu correndo por um canavial, fazendo com que suas roupas se rasgassem nos espinheiros. Entrou às escondidas numa vila e tomou água dum lamaçal e se escondeu numa casa velha, castigado pela fome e pela fome e pela sede.

Chegaram pessoas para vê-lo naquela desgraça, foi quando pediu que cavassem na terra um buraco do tamanho de seu corpo. Enquanto cavavam o buraco chorava e repetia: “Que artista vai morrer comigo”. Nisso chegou uma carta de Roma.

Nero leu e ficou sabendo: “Que ele havia sido declarado inimigo público pelo Senado e que estava sendo procurado para receber a punição, de acordo com o costume dos antigos”. Ao saber que se atava ao pescoço do paciente uma forquilha e o vergastavam até expirar, ficou apavorado. Tirou dois punhais e experimentou a ponta de ambos. Pedia que alguém o encorajasse a suicidar-se. Esporo, o seu grande amigo era por ele aconselhado a chorar. Em meio a lamentos e covardia, ainda queria se impor como um homem forte. Porém, ao saber da aproximação dos soldados com a missão de conduzi-lo vivo, bradou em grego: “O tropel dos velozes cavalos aturde-me os ouvidos”.

Em seguida, sacou o punhal e enterrou na garganta com a ajuda de seu secretário Epafródito. Achava-se ainda semivivo ao irromper um centurião, que apenas colocou o seu manto no ferimento e apreciou a morte de Nero.

Era de estatura mediana. Corpo coberto de sinais disformes. Cabelo pendendo para louro. A figura mais bela do que agradável. Olhos azuis e vista fraca. Pescoço grosso, ventre proveniente, pernas muito finas, saúde excelente, pois, apesar da excessiva devassidão em todo os quatorze anos de reinado, não adoeceu mais do que três vezes, mesmo assim sem se abster do vinho e das extravagâncias. Morreu aos 32 anos de idade, no mesmo dia em que mandou assassinar sua mulher Otávia.

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O Princípio: O Caos

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No início era o Caos. Na Mitologia grega, a ordem nasceu da confusão generalizada, indescritível, inexplicável que existia desde sempre. Ou seja, no começo de tudo nada existia no Universo, somente o Caos. Ninguém sabe o que teria existido antes dele. No entanto, foi o primeiro dos deuses da mitologia grega. Então, o Caos ocupava todo o espaço do Universo, porém, não havia ordem alguma. Algo sugestivo, como o trânsito caótico de Manaus e de outras grandes cidades brasileiras. Uma verdadeira balbúrdia.

A criação do Mundo

Mas, para a surpresa do própria Caos, aparece uma deusa chamada de Gaia – a Terra. A mãe natureza, ou seja, o mundo físico em toda sua grandeza de montanhas, florestas, oceanos, céu e tudo mais que existe até hoje. Surge também outro Deus – Eros – que com sua flecha a vida do Universo se trona real. Eros era o próprio “amor”, mas não o amor entre os humanos, até porque não existia gente. Entretanto, Eros decididamente influencia Gaia a procriar. Deu certo, ela criou o Céu – ou Urano – em grego.

O reinado de Urano

Pois bem, assim que Gaia criou Urano, ou o Céu, ele logo veio deitar-se sobre Gaia – a Terra – e não parou mais de ter relações com ela, para a alegrai de Eros. Logo, o ventre de Gaia começa a crescer, tudo muito rápido. Daí nasceram de uma só vez 12 filhos. Primeiros nasceram os primeiros 6 homens, que são: Oceano, Céos, Crios, Hipérion, Jápeto e Kronos. Em seguida, as 6 mulheres chamadas de Titâmidas – Teia, Reia, Têmis, Mnemosine, Febe e Tétis. Será que já existia o bolsa-família mitológico?

Apesar de tudo isso, Urano era insaciável, pois não saía de cima de sua esposa, não dava tempo nem para ela ver a “novela”. Gaia já estava cansada de parir tanto filho. Mas, Urano não parava de engravidá-la. E haja nascer filhos, cada vez mais gigantes e monstruosos. Nasceram os três ciclopes: Brontes, Estéropes e Arges. Depois vieram mais três monstros: Coto, Briareu e Giges, chamados de hecatônquiros, gigantes com cem braços e 50 cabeças.

O surgimento do Inferno

Junto a Eros e Gaia, surgiu também o Tártaro. Assim como Gaia, o Tártaro tanto era uma divindade quanto um lugar escuro e muito profundo, que se fixou abaixo de Gaia – a Terra. Assim, eram dois mundos ligados, mas distantes. Então, se um buraco foi cavado na superfície da Terra até o Tártaro, uma bigorna levaria 9 dias para chegar lá em queda livre. No Tártaro, só existia as sombras e a confusão do antigo Caos. Assim, era um lugar horrível, a mais profunda prisão onde os deuses jogavam seus inimigos.

Assim, já se pode perceber o que teremos pela frente quando começar as desavenças na mitologia.

Gaia antes “gostou” de outro

O outro “homem” que Gaia teve um rápido caso foi outro deus, por nome de Ponto – Mar – foi um encontro fortuito e apenas uma vez só. Desse encontro vieram várias criaturas que habitavam as profundezes do Oceano. O primeiro filho de Gaia e Ponto, foi Nereu, que era uma antiga divindade do Mar Egeu.

Bom, mas daí quando ela casou-se com Urano, este enlouquecido de amor pelo poder de Eros, ela foi dominada totalmente. E aos poucos a relação que começou de amor, estava se transformando em ódio e brigas constantes.

A vingança de Gaia

Para Gaia, o que havia começado como prazer, estava se transformando num verdadeiro “inferno”. Na verdade, Urano era um pai violento (ainda mais quando bebia). Ele não tinha afeto nenhum pelos filhos, pois, detestava-os. Ou seja, era um péssimo marido e um pai desnaturado. Assim que as “crianças” nasciam, Urano passava odiá-los.

Todos os filhos desse pai impiedoso, mal nasciam ele os encarcerava num buraco na Terra, não permitindo que eles saíssem de lá. Depois de tanta gravidez, Gaia sofria com 18 filhos presos, enquanto o pai não estava nem aí para o choro dos filhos abandonados. Fazia era sorrir se deleitando nas orgias lá em cima no Céu, enquanto a sua prole clamava pelo carinho e afeto do pai.

Mas, como tudo tem um fim, Gaia resolveu acabar com essa relação brutal de seu marido, da seguinte forma. De seus próprio corpo, Gaia arrancou um pedaço de metal, fez uma foice, em seguida falou para os filhos para castrar o próprio pai.

Ao ouvirem da mãe o que seria feito com o pai, todos ficaram com medo, menos o caçula Kronos, que topou na hora se vingar dos castigos de seu pai.

Kronos apanhou a foice, escapou da caverna subterrânea onde se encontrava preso, desceu pelas encostas das montanhas e ficou de tocaia, à espera de Urano. E, no instante em que Urano já se preparava para outra vez deitar-se com Gaia, Kronos agarrou a detestada genitália paterna. Com a direita, brandiu a foice afiada. Pênis e testículos foram decepados.

Urano soltou um grito que ecoou por todo o Universo. Castrado, ele fugiu para as alturas e nunca mais voltou. Esse foi o primeiro homem “capado” na história. Se essa moda pega….!

No outro capítulo falarei do nascimento de Zeus, Afrodite e outros deuses.

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