O Profeta Maomé

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Criador da religião com mais adeptos no mundo, O ISLAMISMO, com 20% da população mundial.

“Quem matar um ser humano […] terá matado a humanidade inteira. Quem salvar uma vida humana terá salvado a humanidade inteira

Alcorão- Quinta Surata, Versículo 32.

É com esse versículo de Alcorão, que iremos falar um pouco do Profeta Maomé. Nascido em Meca na Arábia Saudita no ano 570 d.C. a cidade já era sagrada quando nasceu Maomé. Naquele tempo já recebia peregrinos de toda península arábica.

Tudo por causa de um meteorito – a Pedra Negra – que caiu nas cercanias de Meca e acabou virando objeto de culto. Não se sabe em que época, os árabes passaram a adorar a Caaba – o Cubo – que continha 360 deuses em forma de estatuetas. Um para cada dia do ano, pois o calendário deles tinha 360 dias.

O ritual era dar 7 voltas em redor da Caaba. Os deuses eram planetários, assim a Lua era Hubal, uma divindade que ajudava os homens a prever o futuro. Vênus era Uzza, a deusa do amor, além de outros. Acima de todos tinha um deus que não tinha nome, era chamado apenas de: al- llah que depois virou Allah.

A forte presença judaica na Arábia implicou no conhecimento religioso dos judeus que haviam escrito a Bíblia há mil anos antes. Os árabes acreditavam também que eram descendentes de Abraão, o patriarca que falava com Deus. A diferença é que, enquanto os judeus eram descendentes de Isaac, os árabes viriam do filho primogênito de Abraão, Ismael cuja mãe era uma egípcia escrava da família, chamada de Agar.

Realmente, fazia sentido, a própria Bíblia relata que Ismael foi morar nas terras da Arábia. Eles conheciam, portanto, o deus Javé dos judeus. Só que eles pensavam que Javé era o marido da deusa do amor, Uzza. Isso cabia na mente deles, assim como o típico brasileiro acredita no sincretismo religioso, que mistura catolicismo com umbanda. Havia também quem fosse à Caaba reverenciar Jesus Cristo. Na verdade, Meca eram um caldeirão de crenças. E foi nesse ambiente religioso que nasceu Maomé, filho de Abdallah com a senhora Amina.

Segundo diz uma lenda árabe, o pai de Maomé foi abordado por uma mulher desconhecida que o convidou para irem se conhecer. Seu Abdallah recusou o convite, pois naquele dia seria a noite de núpcias da Abdallah e Amina, onde foi concebido o embrião de Maomé. Porém, no dia seguinte Seu Abdallah procurou à estranha e perguntou se o convite ainda estava de pé. Não estava.

Teria então dito a estranha para Abdallah: “Ontem você tinha um brilho nos olhos, e hoje não tem mais”. Não quero. O tal brilho era uma figura de linguagem, pois segundo a tradição islâmica, o brilho era uma manifestação da semente do Profeta Maomé, que estava prestes a sair do pai para o útero da mãe.

Esse episódio da literatura islâmica, por ser lendária pode ser comparada a história dos Reis Magos, da Estrela de Belém, da literatura cristã do nascimento de Jesus Cristo. Com ou sem brilho nos olhos, o fato é que Abdallah e Amina foram mesmo os pais de Maomé. Mas não por muito tempo.

O DESTINO DE MAOMÉ

Seu Abdallah não viu o filho nascer. Morreu enquanto Dona Amina estava grávida. A vida do casal era difícil. Os bens de Abdallah eram cinco camelos e uma dezena de ovelhas. O que considerava ser de família pobre. Dona Amina agora viúva, teria que se desdobrar para dar boas condições de vida ao menino. Mas, ela foi forte, criou o filho sem problemas e conseguiu com uma família de beduínos, que o menino aprendesse as dificuldades do deserto.

Mas Dona Amina não teve tempo para criar o filho. Morreu antes de ele completar 7 anos. Então, o pequeno Maomé ficou órfão de pai e mãe. Sendo acolhido por seu avô Abdul-Mutalib. E o avó também morreu. O menino agora com 8 anos só teria um caminho, virar escravo. Esse era o caminho para os órfãos daquela época. Ou seja, iria trabalhar em troca de alimento pelo resto da vida.

Entretanto, Maomé teve sorte e escapou dessa sina graças ao seu tio, Abu-Talib, que era irmão do seu falecido pai: Abdullah. Adotado por seu tio Abu-Talib, Maomé ganhou uma família.

Abu- Talib era um xeique, ou seja, era um chefe de clã e muito rico. Era exportador, dono de caravanas de camelos que transportava alimentos, especiarias e objetos preciosos pelo deserto. Mesmo ainda criança, Maomé começou a participar dessas viagens. Dai passou a conhecer muitas cidades e comunidades cristãs e judaicas.

Em Meca, o poder político administrativo e judicial era dominada pela mega tribo dos Coraixitas (quraysh). Eles controlavam o comércio e as finanças de Meca. Os peregrinos da Caaba era uma fone de renda, propiciando feiras e mercados em volta do santuário. Porém, quem quisesse abrir seu pequeno comércio na festa, teria que pagar impostos para os líderes dos Coraixitas.

Cobravam juros extorsivos. Quem não pagava virava escravo. É que na hora de pedir o empréstimo, um filho em condição de trabalhar era dado em garantia. Se não pagasse, o credor ganhava um escravo.

Foi nesse cenário que Maomé cresceu, passando a trabalhar com seu tio Abu-Talib nas caravanas de camelos, propiciando a ele conhecer muitos povos cristãos e judeus. Esse fato ajudou muito depois, quando então ele criou a grande terceira religião monoteísta do mundo.

O CASAMENTO COM KHADIJA

Talvez Maomé não tivesse sido o criador do islamismo, se não tivesse conhecido a mulher que mudou a sua vida. Khadija. Ele estava com 25 anos de idade, quando foi contratado pela rica e viúva Khadija, 15 anos mais velha que ele.

Khadija era uma mulher emancipada, dona de caravanas muito lucrativas e muito cobiçada a cidade. Ela precisava de uma pessoa do ramo para chefiar uma caravana para a Síria, distante mais de mil quilômetros de Meca. Falava-se muito bem na cidade do jovem Maomé já bem experiente nesse empreendimento.

Khadija mandou convidar o rapaz. Deu certo. Maomé voltou da Síria com o dobro dos lucros que ela esperava. Daí veio o fundamental da história. A rica empreendedora pediu Maomé em casamento. Claro, ele não pensou duas vezes e casou-se com ela.

Após o casamento, Maomé ganhou status na sociedade, como um próspero comerciante, reverenciado até pela elite Coraixita. Nessa época, seu melhor amigo, passou o ser o próspero comerciante Abu Bakr, da tribo dos Coraixitas. Os líderes da cidade fizeram uma reforma na Caaba e Maomé teve a honra e recolocar a Pedra Negra, fato que lhe trouxe prestígio e poder.

Entretanto, a confortável situação econômica que passou a ter, confrontava com seu pensamento que já prenunciava o que estava por vir. Ele não aceitava as condições que os Coraixitas impunham a população. Inclusive por ver tanta gente se tornando escrava por não poder pagar dívidas. Maomé passou a viver entre dois mundos. Ou seja, a da exploração dos Coraixitas e o seu modo democrático de ver as coisas.

A GRANDE REVELAÇÃO

O nome verdadeiro é Muhammad. Maomé é em português.

Nesse ambiente contraditório em que vivia e com o qual discordava, levou Maomé a se afastar da cidade sempre que podia, se isolando numa caverna do Monte Hira, nas proximidades de Meca, para fazer suas orações e meditar sobre tudo que via e não concordava.

E foi nesses retiros espirituais, quando Maomé tinha 40 anos, que teve a maior surpresa e sua vida. Sentado na caverna ouviu uma voz, que lhe surgiu à cabeça, que dizia:

Recita! Recita! Então Maomé recitou, mesmo não entendendo bem o que era aquilo. Entrou numa espécie de transe e as palavras foram saindo. “Recita, em nome do seu Senhor que criou/ Criou a humanidade a partir do coágulo de sangue/ Recita que seu Senhor é generoso/ Aquele que ensinou pela escrita/ Ensinou a humanidade o que ela não sabia”.

Era o Anjo Gabriel que revelava ao Profeta os fundamentos da nova religião em 610 d.C., e continuaria as profecias durante 23 anos. Depois da primeira aparição do Anjo Gabriel, Maomé voltou para casa e contou para Khadija o que havia acontecido. Estava meio atordoado pensando que estava delirando. Os versos do Alcorão são em formas de rimas.

Khadija tinha um primo que era cristão, com quem resolveu se consultar sobre aquela estranha voz que veio a Maomé. O primo de Khadija disse que Maomé tinha falado com Deus e recebidos os primeiros versos do Alcorão, pela voz do Anjo Gabriel – Jibril na tradição islâmica.

Maomé ficou relutante com aquilo, preferindo guardar as profecias para si mesmo e para sua família e alguns poucos amigos. Mas, dois anos depois em 612, o Anjo apareceu outras vezes, ditando-lhe os versículos do futuro Alcorão. Daí Maomé seus familiares e amigos levaram isso muito a sério e passaram a escrever tudo o que recitava o Profeta.

A NOVA RELIGIÃO FLORESCE

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A Cúpula da Rocha é um dos nomes atribuídos à Mesquita de Omar, situada na Cidade Velha, em Jerusalém. Segundo historiadores, sob as fundações da mesquita existe uma “rocha sagrada”, que fica exatamente sob a cúpula da mesquita. Foi construída entre 685 a 691. Omar ibn al-Khattab, o segundo califa e o primeiro da dinastia Omíada.

Então, aquele Maomé resignado, que tentava equilibrar a consciência fazendo doações aos pobres e isolando-se nas montanhas, desapareceu ante a nova realidade. Resolveu questionar a classe dominante de Meca e sua política cruel, encarou os Coraixitas e passou a criticar a cobrança extorsiva de juros, a escravidão e a heresia, pedindo a liberdade dos escravos e o fim do autoritarismo.

Mesmo com esse discurso considerado revolucionário para os padrões da época, Maomé ganhou adeptos entre os homens ricos de Meca. Certamente pela beleza das recitações que recebia do Anjo. Muitos o viam como um novo Abraão, um novo Moisés. A começar pelo seu amigo e sogro Abu Bakr, que gastou uma fortuna comprando escravos por dívidas para libertá-los.

A mensagem monoteísta de Maomé começou a preocupar os Coraixitas. Ora, aquele rapaz se continuasse convencendo os peregrinos da Caaba de que os 360 deuses ali cultuados não teriam vida longa, isto refletiria no controle econômicos do santuário e os Coraixitas poderiam perder essa fonte de renda. A elite de Meca passou a engendrar planos para impedir o avanço das recitações Maomé.

Todavia, não seria fácil conter o pregador, cada vez mais ele ganhava adeptos. No começo, eram só Khadija, seu sogro Abu Bakr, Zayd, seu escravo por ele alforriado, e o menino Ali de 13 anos de idade, primo de Maomé. Agora com a grande aceitação, os seguidores eram centenas. Para facilitar mais, o seu tio Abu Talib, era amigo dos Coraixitas. Fato que ajudava a manter o pescoço de Maomé longe dos espaços.

Mas as dificuldades não tardaram para Maomé. No ano 620 d.C., quando o Profeta tinha 50 anos, morreu seu poderoso e protetor tio Abu Talib. Logo em seguida, sua esposa Khadija faleceu aos 65 anos. Então, sem essas duas principais referências na sua vida, Maomé tomou novos rumos para o crescimento do Islamismo.

O ANO HÉGIRA- 622 d.H (depois de Hégira, “fuga”, em árabe).

O episódio conhecido como Hégira se tornou tão importante para o islamismo, que o ano 622 ficaria marcado para sempre como o início do calendário muçulmano.

Ó, Profeta, combata aqueles que negam a verdade e os hipócritas e seja implacável com eles. O inferno será sua morada.”

Alcorão – 9 Surata, Versículo 42.

Mesmo com a fuga de Maomé as perseguições não pararam e diversos combates ficaram travados entre o exército Coraixitas e os seguidores da nova religião. Porém, o profeta não somente escapou da morte, mas em Yatreb fez a sua maior obra. Criou sua própria civilização. Maomé agora era xeique. Longe de Meca, seus seguidores formavam uma tribo, a “Ummah” (“comunidade”).

Foi nesse contexto que Maomé pôs em prática suas ideias. Os Coraixitas ficaram com o caminho livre para barrar os planos de Maomé e planejaram sua morte. Após a morte de Khadija, Maomé se casou com Aisha, uma mulher muito inteligente.

Muito preocupado com o destino de seus seguidores, o Profeta passou a se organizar para deixar Meca. Líderes da cidade de Medina tinham-no convidado para ser Harom – espécie de juiz – para julgar uma questão interna entre clãs. O Profeta organizava seus seguidores para se mudar para Medina, cerca de 300 km de Meca, sem barulho, para não chamar a atenção. Os Coraixitas perceberam a movimentação e decidiram agir, com medo de que o Profeta estivesse formando um exército.

A CILADA

Em setembro do ano de 622, os Coraixitas puseram em prática o plano do assassinato. Quando arrombaram em plena noite a casa do Profeta, os sicários tiveram uma surpresa, quem estava dormindo na cama era o seu primo Ali, um menino de 13 anos. Maomé tinha acabado de fugir para Yatreb-Medina – junto com seu sogro Abu Bakr. O menino Ali se juntou com eles em Yatreb logo depois.

Uma das medidas econômicas baixadas por Maomé, foi baixar a taxa de juros extorsivos. Aqui no Brasil seria a taxa Selic. Em seguida criou o empréstimo a juro zero para quem fosse da nova religião e pertencesse à Comunidade. Ou seja, criou o BNDES em Yatreb, que passou a chamar-se Medina, a cidade do Profeta.

Acontece que em Medina tinha outra Comunidade de origem judaica chamada de Banu-Qaynuca, onde ninguém podia vender nada sem pagar uma taxa à eles. Maomé resolveu criar uma feira de negócios, que não cobrava taxa nenhuma. Resumindo, faliu os judeus que cobravam juros extorsivos. Com isso, ele quebrou o monopólio do comércio e forçou a queda nos preços. Esse era o capitalismo de raiz para valer.

Mas nem tudo era um mar de rosas. As caravanas dos Coraixitas que passassem perto de Medina eram atacadas. Pilhavam as caravanas para abasteciam suas feiras.

Maomé foi o primeiro homem o mundo a criar o Bolsa Família. Então, todo membro de Ummah, deveria pagar um imposto de acordo com sua renda, o Zakat. A arrecadação era destinada – sem corrupção – aos mais pobres, que não podiam pagar nenhum imposto.

AS REFORMAS DE MAOMÉ

Além dessas reformas fiscais ocorreram outras reformas no campo jurídico e social. A principal lei continuava sendo “olho por olho, dente por dente.”. Maomé então, mudou profundamente essa lei, ou seja, “A retribuição por uma injúria é uma injúria igual”, diz o Alcorão. Mas daí veio a regulamentação da lei e dispôs que: “Aqueles que esqueceram a injúria e buscarem uma reconciliação serão recompensados por Deus”. Além disso, não existia fiéis na nova religião, mas pessoas iguais em direitos.

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A Mesquita Azul ou Mesquita do Sultão Ahmed é uma arquitetura turco-otomana de Istambul, Turquia. Foi construída entre 1609 e 1616.

Outra reforma importantíssima de Maomé foi em relação aos direitos das mulheres. Velho costume árabe, a poligamia era normal naquela sociedade. O próprio Maomé além de Khadija, teve outras mulheres e filhos. Porém, as mulheres não tinham direito a quase nada. E então elas passaram a ter direito de herança. Quer dizer, daí pra frente poderiam herdar propriedades, pela primeira vez na história do povo árabe. Ficou também proibido que os maridos ficassem com os dotes de casamento, pagos pelo pai da noiva no ato do casamento. Agora o dinheiro ficaria mantido no “banco” como uma poupança exclusiva da mulher, funcionando como uma espécie de seguro em caso de divórcio, que já existia.

Explico tudo isso: Se o Profeta Maomé voltasse à Terra, deveria ser convidado para dar palestras em faculdades sobre gestão pública. Seu pacote de reformas deu tão certo que os habitantes de Medina passaram a lhe apoiar. Era fácil, bastava crer que havia um só Deus e que Maomé era o seu Profeta e estar disposto a pagar o Zakat para os pobres.

Como deu certo, os seguidores de Maomé, passaram a ser conhecidos como “muçulmanos”. Ou seja, “Aqueles que se renderam a Deus”.

É, mas quem não tinham se rendido à Deus, eram os Coraixitas lá de Meca. Eles não se esqueciam de Maomé e queriam lhe matar a todo custo. A primeira batalha entre Coraixitas e Ummah (Comunidade), aconteceu em 624, dois anos depois do Ano Hégira (622). O pessoal de Meca infiltrou espiões em Medina e descobriram que atacariam uma caravana que vinha da Palestina para Meca.

Os Coraixitas mandaram um exército de 1.000 homens para o combate, Maomé chegou com 300. Seria o fim do Profeta. Não foi. Não se sabe ao certo, talvez por excesso de confiança, mas os 1.000 homens foram esmagados por Maomé.

Não obstante, o Profeta Maomé continuava recebendo a aparição do Anjo Gabriel – Jibril em árabe. O Alcorão cada vez mais se aperfeiçoava na recitação do Profeta. O caráter belicoso que contém o Alcorão, a exemplo da Bíblia, é mais e mais suave que do Velho Testamento. De qualquer modo, Maomé foi mais feliz quando derrotou na espada seus cruéis adversários.

O APOGEU DO PROFETA

Em 629, com os Coraixitas cansados de perdas humanas e o Profeta mais forte e organizado, chegou o grande dia. Com um exército de 10 mil homens Maomé marchou contra Meca. Seria uma carnificina a guerra. Nada disso. O Profeta Maomé conquistou a cidade sem derramar uma gota de sangue. O inimigo isolado e fraco, não ofereceu resistência e se rendeu.

Com Meca sob seu controle, Maomé agora era o homem mais poderoso da Arábia. Um destino que jamais se pensaria para um menino que ficou órfão de pai e mãe ainda criança. Seu primeiro ato foi libertar todos os escravos de Meca. O segundo foi acabar com aquele monte de deuses – 360 – da Caaba. Ficou apenas a Pedra Negra. Maomé mandou que venerassem as estátuas de Jesus Cristo e da Virgem Maria, que são os únicos a que constam do Alcorão e são representados por imagens dentro da Caaba.

Mas, o Profeta não se aproveitou da conquista politicamente. Quer dizer, não se converteu em “Rei de Meca”. Pelo contrário, Maomé voltou para Medina – a cidade do Profeta – e morreu em paz no ano de 632, deixando 7 filhos, sendo 3 homens e 4 mulheres, e uma nova nação, que hoje conta com 1,5 bilhão de seguidores em todo o mundo.

A SUCESSÃO DO PROFETA

Dez anos após o início do calendário muçulmano, marcado pelo Ano Hégira em 622, morre o Profeta em Medina, o líder que conseguiu unificar os povos árabes através da doutrina e da fé de uma nova religião monoteísta, não deixou claro, ou talvez tenha passado esquecido para seus patrícios, como seria o processo de sucessão para o próximo líder religioso o político dos Muçulmanos.

Enquanto alguns defendiam que deveria o sucessor ser algum membro da família do Profeta, outros defendiam que deveria ser o mais antigo, dentre os fundadores e companheiros de Maomé.

A SUCESSÃO E O NASCIMENTO DE XIITAS E SUNITAS

Os pretendentes à sucessão dividiam-se entre Ali ibn Abi Talib, de 30 anos de idade, genro e primo do Profeta. Ali era aquele menino de 13 anos que acompanhou Maomé na fuga de Meca para Medina em 622. Casado com Fátima, filha de Maomé com Khadija.

O outro era Abu- Bakr, seu sogro e mais antigo seguidor de Maomé, tinha 58 anos e tornou-se o primeiro Califa (Sucessor em árabe). O jovem Ali, primo do Profeta era o favorito de uma parte dos seguidores. E ainda é. O rompimento na sucessão criou uma dissidência em favor de Ali, conhecida com Xiita até o dia de hoje. São a minoria.

Os descendentes dos que apoiaram Abu Bakr, são a maioria da corrente “Sunita”, que seguem a Suna que é o livro biográfico de Maomé. Narra à tradição da religião criada pelo Profeta.

A MONTANHA E MAOMÉ

*      Se a montanha não vai até Maomé, vai Maomé à montanha.

Esse ditado é falado no mundo todo, mas não se sabe sua origem. Porém, conta-se que os árabes pediram ao Profeta a realização de um milagre. Assim, o Profeta ordenou que o Monte Safa viesse até ele. Como isso jamais aconteceria o Profeta agradeceu a Deus, pois assim os seguidores não foram esmagados pela montanha e terminou dizendo: “Eu irei a montanha para agradecer a Deus por ter poupado a vida de uma geração de obstinados ”

 

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Em Manaus, a Mesquita muçulmana com minaretes em verde e amarelo da Bandeira do Brasil, fica na Rua Ramos Ferreira, próximo do Instituto de Educação do Amazonas (IEA). É a primeira mesquita da região norte. De arquitetura persa-otomana, onde funciona o Centro Islâmico do Amazonas. Criada em 2012, é um bonito prédio que recebe muitas visitas.

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